* por Romero Maia
Fim de tarde. Sob os pés, o chão ainda quente. Sobre os pés, corpos obedientes. Sob o sol, pés intermitentes se deixam levar. De leve. Não há mãos, nem para pôr na consciência. A pé, rumo ao largo, a passos largos.Há poucas nuvens no litoral. Vem muita luz mas faz pouco calor. Venta. Tem-se pressa. Vê-se pedras, cocos e tijolos. Pés em círculo. Pés de coelho. Alea jacta est. Equipes equiparadas e pés a postos. Vai dar pé.
Dá-se o pontapé inicial. Os pés correm. Contorcem-se, tocam-se, sujos se cortam e tremem. Um erro, a unha. Dois, o dedão. Calos fazem pés benodátilos. O perronha, com suas reclamações pedológicas, ouve réplicas pedantes.
Pegadas vermelhas. Pés de atletas. Alerta podológico. E tome chute de canhota. Vai no cantinho. Mãos, só para abraços. Nunca foram tão pouco perigosas. Escurece aos poucos. Ficam pra trás rastros de pés marcados. E ainda de pé, agora vão embora mais devagar. Pesados.
O autor do texto e eu batemos muitas peladas juntos em nossa adolescência, prazer em ler algo vindo desse amigo tão querido.
Disponível em:http://futeboldebolso.com.br/pelada/
Gila, meu grande, eu escrevi pensando justamente nisso, nas peladas daquele tempo. :) Saudade de tudo.
ResponderExcluirbatemos tanta pelada juntos que só de lembrar meus pés ficam sujos!!!!
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