sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Conclusões e Referências


Neste trabalho que foi desmembrado e postado parte a parte aqui no blog, entre tantas intenções e pretensões buscamos  investigar as diferenças entre iniciação esportiva e especialização precoce, identificando os problemas causados por este fenômeno e assim  tentando apontar algumas contribuições de caráter teórico-prático, para que a iniciação esportiva seja realizada da melhor maneira possível, maximizando os benefícios das crianças serem iniciadas em modalidades esportivas.
            Ao longo pesquisa bibliográfica, percebemos que a linha que separa a iniciação esportiva da especialização precoce é muito tênue e o professor deve estar muito atento para não ultrapassar tão importante linha. A pedagogia implementada pelo professor caso seja mal empregada pode levar a especializar precocemente esse educando trazendo assim malefícios para toda a vida e que se levada a sério nos chama a estar constantemente repensando a nossa prática pedagógica.
            As crianças em sua fase de iniciação devem ser inseridas em atividades diversificadas, o que na maioria das vezes não sabem e não é dever seu saber nem de seus pais, pois lhes faltam os recursos teóricos metodológicos que é de responsabilidade daqueles que são profissionais do ensino do esporte em nosso país (não estamos aqui considerando os leigos que atuam na área). É de posse das amplitudes motoras que as possibilidades de êxito e continuidade da vida esportiva tendem a aumentar, do contrário, ao serem especializadas precocemente, o que ocorrerá e já ocorre é a limitação dos seus horizontes. Daí a importância do professor deve ter uma visão pedagógica aguçada e ampliada para do desporto competitivo que tão somente reforça as estruturas desumanas e inadequadas de um processo que não proporciona a esses educandos a possibilidade de aprender e melhor desenvolver suas capacidades físicas integrais.
            Assim, o professor deve planejar suas aulas com cuidado, fazendo delas aulas diversificadas, com ênfase em trabalhos coordenativos, que melhorem o equilíbrio, entre outras melhorias importantes no desenvolvimento integral da criança. A utilização de gestos oriundos de outras modalidades também pode ser importante, pois através deles o aluno executa gestos e ações que na modalidade escolhida não são encontradas e com isso ter seu acervo motor ampliado, materiais alternativos também são salutares à medida que aumentam os níveis de motivação das crianças envolvidas no processo.
            Nos iniciantes em práticas esportivas alguns processos são muito interessantes e necessários e devem ser realizados pelos professores a fim de trazer para seus alunos o maior número possível de experiências e vivências. Festivais esportivos onde o resultado é menos importante do que o desenvolvimento obtido pela criança, são boas estratégias, nesse tipo de festival todos os alunos participam dos jogos, recebem premiação, enfim, são motivados para continuar na prática da modalidade por eles escolhida. Esse tipo de festival também proporciona o intercâmbio entre educandos de outras escolas ou escolinhas também aumentando com isso o número de vivências de cada criança envolvida no processo.
            Discordo de Santana e Mutti à medida que eles são contra a participação de crianças em competições regulares, acredito que competições podem ser salutares desde que, com regras e regulamentos adaptados aos pequenos praticantes. Essas adaptações podem ser desde tamanho de quadra, regras do jogo, até mesmo jogos sem torcida e regulamento pedagógico como, por exemplo, a obrigatoriedade de todos participarem das partidas entre outras adaptações. É claro que não achamos com isso que não haja também o que avançar, mas é uma visão que aponto para se pensar e discutir.
            Já trabalhos que enfatizam os aspectos táticos, exigindo melhorias técnicas grandes na criança, em nossa opinião, podem trazer alguns problemas, entre eles a desmotivação promovida pelo excesso de correções e a diminuição do direito de criar da criança, onde ela é “obrigada” a seguir determinadas orientações, tirando delas o que tem de melhor: sua individualidade. Deve-se trabalhar com as crianças mini-jogos educativos proporcionando para elas a oportunidade de resolver problemas, improvisar para conseguir melhor desempenho, mas essa busca a melhoria do desempenho, partirá dela e não do professor que apenas lhes deu ferramentas para trabalhar suas potencialidades.
            Reforços positivos são bem vindos, principalmente para os menos talentosos, tudo, porém com equilíbrio, onde cada conquista alcançada, e ressaltada pode trazer a essas crianças motivação para buscar melhoras ainda maiores. As crianças com mais talento podem e devem ser utilizados para ajudar aos alunos menos talentosos criando entre eles uma zona de desenvolvimento proximal, onde o aluno que já sabe (desenvolvimento real) poderá auxiliar no desenvolvimento do que ainda precisa aprender mais.
            Acreditamos que 2 ou no máximo 3 sessões de treinamentos semanais são suficientes para iniciar à prática esportiva, não exigindo delas dedicação de muitas horas, deixando tempo livre para coisas tão ou mais importantes que a prática de uma certa modalidade esportiva: tempo para estudar, tempo para brincar, ou seja, tempo para a criança ser criança.
            Nessa fase o indivíduo tem a sua disposição a melhor fase da vida para aprender. Quanto mais se aprende sobre um determinado assunto, menos tem para se aprender dele, segundo Santana (2001) aprender muito sobre pouca coisa não é coisa para crianças.
            Excesso de cobranças, grande número de sessões semanais de treinamento podem saturar a crianças da prática da modalidade ou até mesmo afastá-la da atividade física. O esporte infantil deve ter o objetivo de proporcionar experiências agradáveis aos educandos, oferecer o hábito da vida saudável, acostumá-las a realizar atividades físicas, fazer com que elas busquem o prazer proveniente das atividades físicas e com isso fazer parte do cotidiano para todas as suas vidas.
            Finalizando colocamos que o assunto tratado não é de fácil abordagem, pois ele apresenta várias nuances, no entanto como intentamos e reforçamos mais uma vez é tema de repercussão entre nós principalmente pelo fato de muito de nós estão a se equivocar no processo de ensino e aprendizagem, com o que vem a ser iniciação e daí resultam as aberrações que tem se constituídos entre nós como processos naturais.   

REFERÊNCIAS
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Por uma Reflexão Pedagógica do Esporte

É claro que não supomos ser fácil tratar de um assunto que entre coisas envolve a paixão do brasileiro. Contudo, do ponto de vista do compromisso e da posição social da qual estamos investidos seja como profissional seja como admirador do esporte é necessário ao menos levantar uma discussão sobre a temática, é preciso discutir o esporte e o modo como ele tem sido “ensinado” por muitos de nós principalmente na iniciação.
            Santana (2005) entende que iniciação esportiva compreende o período em que o educando de inicia a prática regular, e orientada de uma ou mais modalidades esportivas, onde o principal objetivo é dar prosseguimento ao desenvolvimento de forma integral da criança. Com isso o autor acredita que não devem existir competições regulares para tais iniciantes.
            Nesta mesma discussão Kunz (1994) define especialização precoce como processo realizado antes da puberdade do aluno, onde o mesmo é introduzido a um treinamento planejado e organizado em longo prazo, se efetivando num mínimo de três sessões semanais, objetivando melhoria de rendimento e resultados esportivos e ainda a participação regular em competições federadas e com alto nível de cobrança.
            Almeida (2005) cita que os estudos acerca dessa temática não são recentes, que em meados dos anos 70 já era encontrada bibliografia estrangeira sobre o referido tema, e a partir dos anos 80 tal assunto passou a ser de interesse dos autores nacionais. O mesmo acredita que a iniciação esportiva deva ser dividida em três estágios. O primeiro seria o estágio chamado pelo autor de iniciação esportiva propriamente dita, que ocorre entre 8 e 9 anos de idade em média, onde o objetivo do treinamento é a aquisição e melhoria das capacidades motoras sendo elas específicas para o esporte praticado ou globais.
            Para o autor supracitado nessa faixa etária apesar e estarem prontas para a aprendizagem inicial dos esportes, não possuem maturidade para realização de esportes coletivos de competição. Ainda segundo o mesmo autor  os esportes coletivos atraem muito mais por serem motivantes e agradáveis do que propriamente pelas competições. Diz ainda, que o professor deve perceber como é mo desenvolvimento motor das crianas envolvidas e com isso planejar e organizar seu trabalho e forma a transformá-lo em motivador e interessante. Para o professor, essa fase é ideal para oferecer um grande leque de opções e oportunidades para que ocorra o desenvolvimento da criança em vários aspectos como cognitivo e motriz.
            As atividades devem ter caráter essencialmente recreativo e lúdico assim produzindo um aprendizado mais eficiente e menos monótono. (ALMEIDA, 2005)
            O segundo estágio proposto compreende os educandos entre 10 e 11 anos de idade. Nesta fase, ainda segundo o mesmo autor, a criança já experimenta atividades baseadas na cooperação e colaboração assumindo os jogos um papel sócio-desportivo, nos quais os participantes interagem, mas possuindo um papel definido a ser cumprido. O objetivo principal dessa fase é a introdução de técnicas fundamentais, regras e pequenas abordagens relativas a tática, utilizando como ferramenta principal jogos educativos e atividades esportivas com regras definidas. Ainda segundo o autor essa é uma fase excelente para o aprendizado devendo essa fase proporcionar aos educandos a ampliação do repertório motor e também oferecer as crianças envolvidas no processo elementos psicossociais que permitam a diminuição do egocentrismo do indivíduo gerando com isso a socialização entre os participantes.
            A etapa final é a fase chamada de introdução ao treinamento, com participantes entre 12 e 13 anos de idade. Nessa faixa etária segundo o autor, o aluno alcança um entendimento do seu desenvolvimento da sua capacidade intelectual e física. Nessa fase para o autor supracitado o objetivo diferente das fases anteriores é aperfeiçoar a técnica, direcionar o aprendizado dos sistemas de jogo, além do enfoque na melhoria por parte do aluno das qualidades físicas necessárias para a prática do desporto escolhido por ele. Nessa fase o aprimoramento do desempenho individual através do desenvolvimento corporal deve ser oportunizado ao aluno pelo professor. Trabalhos físicos passam a ser inseridos também nessa fase, tendo o professor a obrigação de criar e recriar atividades para que as mesmas sejam motivadoras e eficientes.
            Já Santana (2005) recorrendo a Pinni e Carazzatto afirma que a iniciação compreende 2 fases fundamentais e distintas: iniciação esportiva geral e iniciação esportiva especializada.
            A iniciação esportiva geral tem como principais objetivos a formação, a preparação do organismo e esforços posteriores, o desenvolvimento das qualidades básicas e o contato direto com os fundamentos de outras modalidades, usando esses fundamentos das outras modalidades para auxiliar na ampliação do acervo motor da criança. Utilizar gestos pouco repetidos na modalidade em questão pode auxiliar a criança no desenvolvimento de outras valências que auxiliarão o praticante envolvido ma melhoria de suas capacidades físicas, essa fase deve compreender crianças entre 2 e 12 anos de idade em média.
            Na fase de iniciação esportiva especializada, os alunos entre 12 e 14 anos começam a ser direcionados para a especialização esportiva, trabalhando nessa referida fase fundamentos específicos para o jogo, táticas individuais e coletivas da modalidade, enfim, instrumentos ligados a melhoria da performance, pois a partir dessa fase resultados esportivos passam a ser mais cobrados e buscados tendo seu treinamento esses resultados como principais objetivos.
            Em torno desta discussão Alves (2004) diz que os resultados esportivos, êxito e fracasso, devem ser dimensionados, relativizados focando os avanços realizados pela criança em seus processo e aprendizagem e não pelo desempenho predeterminado pelo professor. Para ele, as características individuais e as vivências anteriores dos alunos são o ponto e partida para o processo de ensino aprendizagem, pois esses pontos serão norteadores das atividades a serem realizadas. As formas de compreensão dos alunos com o corpo, com o espaço, a presença ou não e deficiências sejam elas perceptivas ou físicas são de importância inconteste na facilidade do aluno aprender uma ou outra determinada coisa.
            Crianças supõem que encontrarão no esporte uma maneira de interagir socialmente e estabelecer relações com as pessoas e o mundo, afastando-se um pouco do egocentrismo que marca as crianças de até 09 anos em média, e pode ajudá-la a questionar e a tentar compreender o mundo, como conhecer e utilizar seu corpo, além da possibilidade da iniciação esportiva auxiliar no desenvolvimento cognitivo das crianças envolvidas.
            Para Voser (1999), a aula de educação física ou treino esportivo apresenta muitas vertentes ligadas às questões psicossociais, afetivas, motoras entre outras, e por isso se torna extremamente complexa.
 Oliveira e Paes (2004) também participam deste debate sobre a iniciação esportiva afirmando que a mesma deve ser vista como um processo que se inicia após as primeiras experiências esportivas da criança até o final dos 14 anos de idade, a partir desse momento caberia iniciar a especialização esportiva focando na formação do atleta. Esse processo deve ser constituído de fases e  as experiências dos praticantes levadas em consideração num projeto pedagógico traçado onde a aprendizagem das capacidades motoras sejam proporcionadas de forma variada, diversificada e motivadora oportunizando o aprendizado do maior numero possível de praticantes, fornecendo aos pequenos praticantes base motora para as futuras especializações que serão submetidas.
            Ora se desejarmos resumir aqui uma visão de como proceder no ensino para o que iniciam a vida esportiva tomaríamos de empréstimo as palavras de Santana (2007) onde coloca que ensinar esportes para crianças não apenas é repetir os treinamentos aplicados a adultos é contribuir para sua formação integral, suas habilidades físicas, cognitivas, motoras, afetivas e sociais devem ser levadas em consideração. E acrescentaríamos recorrendo a Voser (2007) de que nesta empreitada o profissional responsável além de sua  tarefa técnica deve estar atento a responsabilidade pedagógica com o futuro, principalmente, o futuro do jovem a ele confiado.
            Os esportes devem ser sim ensinados as crianças, mas com objetivo delas desenvolverem sua autonomia, integrarem-se socialmente e assim com possibilidades de criarem o hábito de uma vida saudável pautada entre outras situações na prática esportiva como fonte de prazer e promoção de saúde no futuro (SANTANA, 2007).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

1º de SETEMBRO - DIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FíSICA

Hoje, 1º de Setembro é um dia especial para todos os educadores físicos, é dia do profissional de Educação Física. Por que esse dia? porque nesse dia, no ano de 1998 que nossa profissão foi regulamentada, e a partir daí contamos com um orgão importante, o nosso conselho, o CREF.
Tal conselho tem a função de fiscalizar, buscar melhorias para a classe, brigar por melhores condições, impedir os não habilitados detrabalhar em nossa área e para isso cobra uma anuidade de cada professor habilitado.
Infelizmente nosso conselho atua menos que esperamos e tendo ações muitas vezes autoritárias, parecendo torcer para encontrar irregularidades ao invés do contrário. Ele deveria torcer para ao chegar nos clubes, academias, escolas encontrar apenas profissionais habilitados e em dia com suas obrigações profissionais mas o que vemos é um fiscal chegar gritando, buscando as menores brechas na lei para autuar um profissional.
Mas o mais frustante de tudo é saber que ex-atletas de várias modalidades, possuem escolinhas de esportes, tais escolinhas divulgadas em sites de internet, folders, faixas e o conselho não FAZ NADA contra esses senhores que exercem ilegalmente nossa profissão, enquanto ao encontrar com um profissional habilitado e em dia com suas obrigações FINANCEIRAS junto ao CREF mas que por ventura esteja ministrando suas aulas e treinamentos esteja sem a posse de sua carteira ( o que é um erro mas muito menor que o não habilitado dando aulas) quer punir esse profissional. Que se puna o sem carteira mas que o não graduado que ministre aulas seja CAÇADO, IMPEDIDO, MULTADO, OBRIGADO A SE QUALIFICAR e pare de ocupar vagas no mercado de trabalho, vagas essas que não deveriam ser ocupadas por esses aproveitadores.